Promotor
Teatro Nacional D. Maria II
Sinopse
Cuidar dos mortos. Pouco depois da estreia de Madalena, começou um mês e meio de confinamento. Madalena era um espectáculo sobre a complexa figura simbólica de Maria Madalena, a cuidadora. É ela quem prepara o corpo de Cristo para as cerimónias fúnebres e também é a ela que é dado a conhecer o milagre da transcendência da carne. Nesse espetáculo, as atrizes atravessavam uma longa noite de luto um processo que passa pela negação, raiva, negociação, tristeza e aceitação para resgatar o direito ao contacto com o corpo morto numa sociedade em que a morte foi higienizada, desmaterializada, tornada abjeta. Madalena é hoje um outro espetáculo. Não se sabe bem o que é. Hoje, não só está interdito o contacto com o corpo morto, mas também o contacto com os vivos está condicionado. As inquietações agigantam-se depois de convivermos com um vírus que nos isolou fisicamente, que nos fez temer o outro, que fez com que funerais fossem proibidos, que deixou tantos morrerem sós. Madalena continua a lembrar-nos que, sem contacto, somos menos humanos.
Ficha Artística
direção artística Sara de Castro
com Ana Brandão, Carla Galvão, Crista Alfaiate, Madalena Almeida, Paula Só, Cuca M. Pires e um coro composto por participantes do projeto Primeira Vez
dramaturgia Ana Pais, Sara de Castro
cenografia e figurinos Marta Carreiras
desenho de luz Rui Monteiro
desenho de som Duarte Moreira
consultoria histórica Liliana Caetano, Paulo Mendes Pinto
assistência de encenação Cuca M. Pires
produção Dentro do Covil Produção e Criação Artística
coprodução Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Viriato, Centro de Arte de Ovar
apoios GTIST Grupo de Teatro do Instituto Superior Técnico, Teatro Meridional, CAL Primeiros Sintomas, TEC Teatro Experimental de Cascais
M/14